Trabalho infantil vai aumentar com a crise

crianca-riscoO investigador Pedro Goulart alertou que a “crise actual vai conduzir, no curto prazo, a um aumento do trabalho infantil em Portugal, provocando efeitos negativos no sucesso escolar”.
Numa conferência na Universidade do Minho, realizada na quarta-feira, Pedro Goulart estabeleceu, por outro lado, uma relação entre o trabalho infantil em Portugal e a situação de crise a que se chegou.

Nos estudos que realizou em parceria com Arjun S. Bedi, o investigador verificou que “nos anos 70 há um abrandamento da redução da taxa de trabalho infantil com o surgimento de muitas pequenas empresas de cariz familiar”, nomeadamente ligadas aos sectores têxtil e do calçado.

Essas empresas “tiveram uma viabilidade de curto prazo, porque tínhamos salários muito baixos comparativamente aos nossos parceiros europeus” e parte do trabalho “nem sequer era remunerado, porque realizado por familiares e filhos”, lembrou.

Com a abertura dos mercados, primeiro a Leste e agora à China, Portugal deixou “de ser competitivo e essas pessoas ficaram sem trabalho, nem forma de o encontrar, por falta de qualificações”.

“As crianças, que nessa altura trocaram a escola pelo trabalho, estão hoje em dia, na sua maioria, numa situação de pobreza”, resumiu.

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